segunda-feira, 18 de março de 2024

XOTE DO POVO

 Xote em comemoração aos 70 anos de Emancipação Política de São Mamede.

01/05/1954 a 01/05/2024


ESTÁ SE ACABANDO CORRAM, VENHAM CONHECER,

SÃO MAMEDE EM POUCO TEMPO PODE DESAPARECER.

 Refrão

Pois o atraso já virou realidade,

A franquia uma verdade

E oito anos de poder,

Tem festa e fome, ratos no meio do terreiro,

Mala cheia de dinheiro

Alavantu anarriê.


Sem ter mudança a fraude cresce, o mal prospera,

A tirania impera

Agiganta-se o poder.

Nas mãos de poucos a vida é presa a servidão,

Tédio, prazer, danação

 Na farra de são saruê.

Refrão

A rapinagem fez histórias nos jornais,

Registrou-se nos anais

Para a Paraíba ver,

Malversação não é um sistema novo,

Que despoja e engana o povo

Como prática do poder.


Quando acontece um lance mal calculado

E o esbulho dá errado,

Escândalos, cana e auê,

Vem logo á tona e é disso que o povo gosta

Fica a ferida exposta

Num enorme fuzuê.

Refrão


Mário Bento de Morais

terça-feira, 5 de março de 2024

OS SERVOS DA OLIGARQUIA/ESPERAM VIDA APÓS MORTE

Poema em comemoração aos 70 anos de São Mamede

de 01/05/1954 a 01/05/2024


Pobres, sem direito a sonhos,

Reclamam quedos da sorte!

Desejam viver felizes

Mas não têm uma alma forte

Contra a rendosa anarquia,

Os servos da oligarquia

Esperam vida após morte.


Têm a canga no pescoço

Que lhes servem de suporte,

Uma identificação

Com força de passaporte

Para o plano de franquia

Os servos da oligarquia

Esperam vida após morte.


Franqueado por oito anos,

Sem o apoio da coorte

Ficou burgomestre apenas

Pendido sem ter um norte

Reverso a hierarquia,

Os servos da oligarquia

Esperam vida após morte.


Numa jogada sem cálculos

Expôs os pares consorte,

Enxergando os dividendos

De formidável aporte

Era a parte que extorquia

Os servos da oligarquia

Esperam vida após morte.


Outros lances arriscados

Eram o melhor esporte!

Guarda mala para os malas

Com segurança e transporte

Capital á fidalguia

Os servos da oligarquia

Esperam vida após morte.


Mário Bento de Morais

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

MOTE/A LATADA DO TERREIRO ERA A FONTE/QUE FARTAVA A BULIMIA DA MALA.

 Poema em comemoração aos 70 anos de emancipação política  de São Mamede

01/05/1954 a 01/05/2024


A alegria era parte da maldade

Infinita á cacimba da ganância,

Oriunda da abjeta petulância

Império presumido da vaidade,

Flor fértil da irracionalidade

Que ainda tem o ranço da senzala

Sufocando o gemido de quem fala

Pela força da malta brutamonte,

A latada do terreiro era a fonte

Que fartava a bulimia da mala.


Pão e circo, o "banquete". Eia, viva o Rei!

Vibrava a multidão embriagada

De angústia e moralmente fadigada,

Domando a dor ao arrepio da lei,

Sonda-se o canto leve com Sirlei

Ao deus como preceitua a cabala,

Legitimando o grito que se cala

Nas ágoras sem a paz que o afronte,

A latada do terreiro era o fonte,

Que fartava a bulimia da mala.


Os acordes despertavam o eirado

Despedindo-se do dia faminto,

No monturo soturno do recinto

O rentismo se dava celerado.

Pelas mãos do eufórico desairado,

A honradez melindrosa se abala 

Cai por terra e na cautela da sala

Ouve a ordem soberana do arconte

A latada do terreiro era a fonte,

Que fartava a bulimia da mala.


Os sorrisos enfeitavam a noite,

Mas os rostos refletiam o dia

Tedioso, servil, sem ousadia,

Sem éolo nem borrasca que o açoite,

Nem ao menos a aragem da sonoute

Acalmava a tempestade que embala

A tristeza da chusma que combala

Com o peso da morte sobre a fronte,

A latada do terreiro era a fonte,

Que fartava a bulimia da mala.


Mário Bento de Morais


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

OS 70 ANOS DE SÃO MAMEDE

1º de maio de 1954/2024

 

Vais fazer 70 anos,

Mas parece uma menina,

Estais mais linda, formosa,

Diva da cor nordestina!

Eia! Animo, siga em frente

Vibrante, tenaz, valente,

À luz lauta da história

Eia! Sus, bela faceira,

Ninfa d’alma brasileira,

Erguida no pátrio da gloria.

 

E os sonhos, os ledos sonhos,

As lembranças liriais

Dos tempos idos, felizes,

Guardados especiais.

Para sempre enaltecidos

Memoráveis aplaudidos

No outono em ato civil

Nas mãos puseste o destino

Em desejo descortino

Avante à sombra gentil.

 

Em frente, rumo ao alcândor

Empíreo das divindades,

Dentre elas, és a mais bela,

A mais pura das deidades.

Veneráveis teus encantos

De veras são sacrossantos

indelevelmente eternos.

São mimos da natureza

Esses teus dons de beleza

Infinitamente ternos.


Airosa emanas perfume

De deliciosa essência,

Que nem o nume Nefertem

No auge de sua “existência”,

Em Mênfis fora moscada,

Olorosa e evocada

Por seu odor agradável,

Mas tu sempre a mais divina,

Mais casta, mais cristalina,

D’uma origem formidável.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

MOTE/ QUEM FRAUDA NÃO PAGA A CONTA/NEM A JUSTIÇA CONDENA


As castas da corrupção

Continuam dando as cartas,

São personagens lagartas

Das famílias tradição.

Sugadoras da Nação

Vendem uma alma serena

Com humildade pequena,

Rosnam em timbre de afronta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


Castas são falsos estratos

Monstros da sociedade,

Que manifestam maldade

Aos de glóbulos abstratos,

Que sob tutela e maus-tratos

Pagam eterna cadena

Sem crimes penam a pena

Deixando a verdade tonta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


Essa corja se faz nobre,

Mas tem a memória morta

Pois, só o letargo conforta

E o olvidamento encobre.

Porém, a razão descobre

Toda matula e ordena,

Que se desarrume a cena

Dessa vergonha de ponta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


Presumam a lei cumprida

Como diz na isonomia,

Que a premissa da eunomia

É a regra comum da vida 

Embora a estola agrida

Solfejando cantilena

Ou se rumine kalena

Infâmia que desaponta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


As castas vivem na moita

E quase nunca aparecem,

São niquentas que merecem

Alguma forma de coita,

Não de amor, mas a que açoita

A indignidade terrena

Dessa gente que só encena,

Porém, na surdina apronta:

Quem frauda não paga a conta

Nem justiça condena.


Mário Bento de Morais

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

AS DANAÇÕES DO TERREIRO

 

Foi determinado em ouro

O preço da liberdade,

Assassinando a justiça

Causando perplexidade,

Trazendo desassossego

Para o povo da cidade.


Ganhou notoriedade

Esse fato inusitado,

Justificou-se o desmando

Sendo o direito acoitado

Pelo braço da justiça

Com o chicote azeitado.


Já muito debilitado

Sem forças pra reação,

O direito cambaleia

Em transe de prostração

Sob vaias e zombarias,

Escarnio e humilhação.


Essa amarga sensação

De dantesca injustiça,

Alimenta o mau costume

Atrativo que enfeitiça,

Validando a indecência

Dogma da real cobiça.


Mas impunidade atiça

A ganância, a corrupção,

Veniagas nos terreiros,

Expertises, obrepção

Nos cavoucos dos embustes

Monturo de excepção.


Não se edifica a Nação

Sobre os ossos dos antigos

Escravizados e mortos,

Outros, míseros mendigos,

Sob o relho da mamparra

Que os sustenta com castigos.


Enfim, falares ambíguos

Tem a gente melindrosa,

Que se arvora preferida

Dos deuses, dádiva airosa,

Que desfruta de benesses,

Com sua mente asquerosa.

 

 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

QUANDO A JUSTIÇA SE AUTO MENOSPREZA/ DECISÕES VENAIS PROSPERAM A CRIME!

 

É Fato. A rapinagem vale a pena!

Os exemplos enfeitam a memória

Causando perplexidade a história

Marcando de vergonha a vida plena.

Nas ruas aos gritos, o povo condena,

A máscara da fereza que oprime,

Por um siso que a verdade reprime

Para brindar o logro, a avareza:   

Quando a ju$tica se auto menospreza

Decisões venais prosperam o crime.

 

O silêncio da justiça é uma prece,

Mas a sua palavra açoita a paz,

Insensata se torna mais tenaz

Se o caráter do pobre embrutece.

Neste caso, a Lei severa aparece

Para punir infere-se o regime

Pelo douto na pratica de alquime

Faz o ouro perder a sua nobreza:

Quando a Ju$tiça se auto menospreza

Decisões venais prosperam o crime.